A UGT(União Geral dos Trabalhadores) realizou nos dias 20 e 21 de fevereiro, em Brasília, a 25ª Reunião Plenária da Executiva Nacional, onde reuniu sindicalistas de todo o país para discutir as propostas de reformas trabalhista e previdenciária do governo federal e definir ações estratégicas da Central para 2017. Tendo em vista o cenário econômico e político desfavoráveis para os trabalhadores, a UGT levou dois técnicos especialistas nos temas para esclarecer todas as dúvidas.

A presidente do SINDEPRESC, Gabriela Naschenweg, que participou da Plenária, disse que saiu do encontro mais esclarecida sobre as principais conseqüências das medidas propostas pelo Governo Federal. Na avaliação dos técnicos existem muitos interesses políticos por trás das reformas. "Não é nada otimista o que vem por ai para os trabalhadores. Precisamos unir forças, nos mobilizar e lutar para garantir nossos direitos", afirma Gabriela.

Segundo Gabriela, os trabalhadores correm grande riscos de perderem direitos históricos, caso sejam aprovadas as reformas do Governo Federal. Além disso a situação da previdência social no Brasil não é tão crítica quanto o governo aponta. "Na verdade a estratégia do governo é pintar um quadro bastante caótico para depois aplicar as mudanças para tocar em frente o seu projeto neoliberal. Com isso vais massacrar cada vez mais os trabalhadores e defender os interesses do poder econômico deste país", avalia a presidente do Sindepresc.

Em sua falação, o Presidente Nacional da UGT, Ricardo Patah, disse que o encontro foi bastante produtivo e mostrou mais uma vez que os trabalhadores precisam permanecer unidos para lutar contra o que não nos interessa. “Precisamos muito traçar estratégias para fortalecer a Central", disse Patah.

 Segundo ele, devemos ficar atento à representação dos trabalhadores em local de trabalho, pois, da forma que está apresentada, enfraquecerá a representatividade do movimento sindical. “Será como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, já que esse representante poderá ser indicado pelo patronal”, explicou Patah.

Já o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, presente na Plenária da UGT, afirmou que as propostas do governo federal não irão retirar direitos trabalhistas, e que o governo está aberto ás contribuições e aprimoramento das reformas. Durante sua explanação, o ministro anunciou ainda que o Ministério do Trabalho investirá R$ 100 milhões de reais na qualificação profissional. “Para nós, o movimento sindical é uma grande parceiro para a realização desse programa de qualificação”, afirmou o ministro.

O Brasil vem enfrentando uma fase bastante delicada devido a todo o processo de mudanças que envolve investigações de desvio de verbas públicas, revelação e prisão de corruptos de plantão, ajustes nas contas públicas, questionamentos sobre a conduta ética nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), entre outras ações. "Neste momento a classe trabalhadora precisa entender todo o contexto que estamos enfrentando e se preparar para mais uma luta por dignidade e justiça para todos", afirma Gabriela.

Ela lembra ainda que neste cenário de mudanças não podemos esquecer e nem se omitir diante da reforma da educação. Na avaliação da presidente do Sindepresc, por trás desta reforma existe o objetivo do governo de formar jovens cidadãos alienados, sem pensamento crítico e preparados apenas para produzir cada vez para alimentar e fortalecer o sistema capitalista selvagem.

 

Fabíola de Souza/Assessoria de Imprensa Sindepresc.